Bruce Murray

Bruce Murray (1931-2013) foi cofundador da Planetary Society

Bruce Churchill Murray foi diretor do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa (JPL) e professor de Ciências Geológicas e Planetárias no Instituto de Tecnologia da Califórnia. Esse emérito cofundador da Planetary Society mudou a maneira como vemos o sistema solar.

Para honrar sua insistência de que as missões planetárias deveriam tirar fotos para o benefício do público, assim como para os cientistas, a Planetary Society criou a galeria multimídia “Bruce Murray Space Image Library” – um verdadeiro tesouro de imagens científicas, obras de arte, diagramas, vídeos etc. – numa viagem através do tempo e das agências espaciais de todo o mundo.

Bruce Murray compreendeu o valor de imagens, da ciência como forma de incentivar a imaginação do público e para levar as pessoas a agir em prol da exploração espacial. Ele fez das imagens parte central de sua obra, como diretor do JPL (de 1976 a 1982) e também como cofundador, com Carl Sagan e Louis Friedman, da Planetary Society, onde atuou como diretor por 16 anos e depois como presidente por mais cinco anos.

Bruce Murray obteve seu PhD em geologia no Instituto de Tecnologia de Massachusetts, serviu na Força Aérea dos EUA por dois anos e depois trabalhou como geólogo do petróleo para a Standard Oil, até que, em 1960, se mudou para a Caltech e voltou seu olhar de geólogo para a Lua e os planetas.

Na Caltech ele ajudou a desenvolver e interpretar as imagens televisionadas da primeira sonda enviada a Marte com sucesso, a Mariner 4 (1965), e as subsequentes Mariners 6 e 7 (1969) – a primeira sonda a entrar em órbita de Marte, Mariner 9 (1971-1972) e a Mariner 10 (1974-75) – a primeira sonda enviada a Mercúrio.

No comando de uma operação de 5 mil pessoas no JPL, Bruce Murray liderou o extraordinário programa dos pousos da Viking em Marte, e também do envio das naves gêmeas Voyager para Júpiter e Saturno, além das viagens da sonda Galileo para Júpiter e da Magalhães para Vênus.

Depois de voltar a ensinar em tempo integral na Caltech, em 1985, ele trabalhou junto à missão Phobos ’88 para Marte (URSS), e também estabeleceu parceiras importantes entre a Caltech e instituições espaciais soviéticas. Bruce Murray construiu diversas pontes internacionais entre os cientistas e pessoas de outros países em seu papel na Planetary Society.

Ele contou com o apoio dos membros da Planetary Society para financiar uma série de programas, do desenvolvimento de um balão para sobrevoar Marte, em colaboração com cientistas franceses e russos, passando pelo programa SETI – Busca por Inteligência Extraterrestre, no momento em que o apoio do governo dos EUA foi reduzido, até o projeto de pesquisa de exoplanetas, quando ele foi relegado a um segundo plano.

Bruce Murray foi professor visitante nas Universidade de Paris, de Tsinghua (em Pequim) e no Instituto de Ciências Espaciais e Astronáutica do Japão. Ele atuou como um cientista interdisciplinar em várias missões russas para Marte e participou da missão soviético-francesa Venus-Halley. Foi diretor da Kerr-McGee Corporation, membro do Conselho de Consultores da NASA, presidente do Conselho Técnico de Consultores da COMSAT, membro do Conselho de Consultores Científicos da ARCO e do Comitê Científico da Agência de Inteligência da Defesa dos Estados Unidos.

Bruce Murray faleceu em 29 de agosto de 2013. Além do legado notável anteriormente descrito, ele deixa mais de 100 artigos profissionais sobre ciência e tecnologia planetária, seis livros (incluindo Journey Into Space, de 1989) e um premiado filme educativo (Mars Mito Minus, lançado em 1973 e revisto em 1977), no qual atuou como diretor associado.

Adaptado do texto original em planetary.org

 

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