Dizem que um livro já pode ser considerado bom quando ensina algo que você não sabia. Se este é o caso, então “A História da Astronomia” da escritora britânica Anne Rooney, cumpre muito bem o seu papel.
Com uma linguagem suave, mas nunca enfadonha, a autora é capaz de prender a atenção mesmo dos leitores que já tem alguma familiaridade com o tema.
A obra tem 208 páginas ricamente ilustradas e percorre o tempo reconstruindo nossa compreensão do universo que nos rodeia, recheada de curiosidades e quadros explicativos.
Mas um de seus maiores méritos talvez seja a atualidade com que trata cada pedacinho da história. Quando ainda estamos nas primeiras ferramentas utilizadas pelos antigos astrônomos, por exemplo, a autora nos brinda com a Anticítera, um famoso “computador mecânico” datado do século I a.C., mas que somente recentemente teve seu mecanismo decifrado.
A reclassificação de Plutão em 2006, o meteorito que explodiu sobre a Rússia em 2013 e a caçada aos planetas extrasolares – verdadeiro “Santo Graal” da Astronomia moderna – também estão presentes, mostrando a preocupação em mostrar uma história viva, que se constrói a todo o momento.
Geralmente não se recomendam livros de história para quem está iniciando num tema como a Astronomia, que tem caráter de hobby e, portanto, busca a prática. Mas “A História da Astronomia” de Anne Rooney quebra brilhantemente esse tabu.
Dizem que a verdadeira divulgação científica é aquela que não apenas informa, mas inspira. Então, após a leitura desse livro, o leitor certamente irá querer buscar saber mais sobre a ciência dos astros. E vai poder fazer isso conectando esse imenso espaço estrelado acima de nossas cabeças com a vastidão do tempo que levamos para compreendê-lo até aqui.
Ir além será tão inevitável quanto sonhar. ■