Não faz muito tempo e ninguém tinha ouvido falar deles. Pelo menos não com esse nome. Daí eles foram surgindo nas histórias de ficção. E quase sem nos darmos conta se instalaram no mundo real. Eles já estão aqui. E bem possivelmente já passaram por cima da sua propriedade várias vezes.
Os drones, aeronaves sem piloto capazes de operar de forma autônoma, têm uma história que começa na Segunda Guerra Mundial. Uma história que nunca parou de acontecer, embora nem sempre estivéssemos escutando.
E o livro “Drones – Guia das aeronaves não tripuladas que estão tomando conta de nossos céus” de Martin J. Dougherty (M.Books do Brasil Editora) esmiúça essa história, organizando-a em diversos modelos desses estranhos veículos, de militares a civis, de combate a entregadores de pizza, de aquáticos a espaciais.
Sua leitura nos proporciona aquela rara sensação de descoberta, de perceber um mundo inteiro bem à nossa frente – e o quanto ele influencia a vida moderna. Drones já foram fundamentais para vencer uma guerra, e estão mudando completamente a forma como elas serão travadas.
Como toda ferramenta versátil, suas aplicações comerciais, ambientais e de pesquisa científica são virtualmente ilimitadas. Eles podem ser utilizados em bem mais tarefas do que você imagina. E podem fazê-las muito bem. Fartamente ilustrado com fotos e gráficos, “Drones” é uma obra de referência, que provavelmente você vai deixar à mão para consultas futuras.
Discussões de caráter ético e detalhes técnicos fazem parte deste livro de Dougherty, um conceituado analista da área de defesa. Drones estão se tornando cada vez mais capazes de tomar decisões por si mesmos. Isso pode ser crucial numa operação de salvamento (sim, já existem drones capazes de retirar pessoas de áreas perigosas). Mas quanta autonomia estamos dispostos a dar a um sistema que também pode operar armas?
A princípio, você pode achar estranho a resenha de uma obra como essa num espaço que exalta a exploração espacial. Sendo este o caso, será mais um motivo para você ler “Drones”, pois com certeza você também precisa se dar conta do quanto esses engenhos não tripulados estão realmente, muitas vezes silenciosamente, tomando conta dos nossos céus. Todos eles. ■