Li em algum lugar (Facebook, muito provavelmente) uma frase de efeito que gostei muito: o que te engorda não é o que você come entre o Natal e o Ano Novo, mas sim o que você come entre o Ano Novo e o Natal.
E antes que alguém se assuste, não, esse texto não falará sobre alimentação saudável. Quem me conhece sabe que eu entendo muito pouco disso…
O que me chamou a atenção na frase é o reconhecimento implícito de um interstício, um período “mágico” e “de suspensão da normalidade” que costumamos chamar genericamente de “festas de final de ano” e que, no calendário, reconhecemos começar na véspera de Natal e terminar no dia dois de janeiro.
Pois cá estou eu, usando e abusando desta “suspensão da normalidade” para me acostumar a este espaço novo, o Blog da Sociedade Planetária, “sentir as águas”, testar formatos e, quem sabe, atingir meus primeiros leitores…
E, não custa lembrar, esta semana entre o Natal e o Ano Novo não foi planejada ao acaso. Os povos antigos celebravam a chegada do novo ano no Equinócio da Primavera (que, no Hemisfério Norte, acontece em março). Astronomicamente falando, é uma data bastante relevante. Mas o calendário litúrgico abraçou a ideia do que chamamos de “estilo (ou regra) da circuncisão”. Com o nascimento de Cristo oficialmente celebrado no dia 25 de dezembro, o oitavo dia de seu nascimento é o dia primeiro de janeiro. E é justamente no oitavo dia que se celebra o brit milá, a circuncisão ritual que representa a aliança entre Deus e o povo de Israel.
Quem diria: o ano começa em primeiro de janeiro porque, segundo as tradições religiosas, foi neste dia que Cristo foi circuncidado! ■