Atendendo a pedidos (ou, pelo menos, a um pedido: o do meu editor neste blog), permaneço na Índia para falar da rica história de seu calendário…
O calendário nacional indiano, introduzido em 1957, é um amálgama de mais de 30 calendários distintos usados em território indiano ao longo dos séculos; alguns dos quais ainda são usados por motivos religiosos.
Trata-se de um calendário solar muito parecido com o nosso calendário gregoriano. Possui 12 meses; o primeiro, Chaitra, tem 30 dias em anos normais e 31 em anos bissextos; os cinco meses subsequentes têm todos 31 dias; os últimos seis meses do ano têm 30 dias cada. O ano começa em 22/3 em anos comuns (21/3 em anos bissextos). Os anos são contados na Era de Saka; o ano zero do calendário nacional indiano corresponde ao nosso ano 78.
Hoje, 1/11/2014, corresponde a 10 de Kartika de 1936.
Entre os muitos calendários que fazem parte da origem do calendário nacional indiano estão o calendário nepalense, o Tamil, o Bengali e o de Kerala. Em sua vasta maioria, são calendários originalmente lunares (sem compromisso com as estações do ano), que lentamente foram migrando para um modelo lunissolar. Praticamente todos estes calendários têm origem em cálculos publicados no Surya Siddhanta, um dos mais antigos tratados de astronomia da Índia (~ 300 AEC).
São 12 os meses lunares, sempre se iniciando na Lua Nova. O mês é dividido em duas partes, as Paksas, crescente e minguante. Os nomes dos meses estão ligados às constelações zodiacais; a constelação que o Sol entra durante um determinado mês empresta o nome ao mês em questão.
Eventualmente, o Sol não entrará em nenhuma constelação durante um mês. Este mês é denominado Adhika Masa, literalmente “mês extra”. E, naquele ano, teremos 13 meses, e não 12. Isso caracteriza o caledário como lunissolar, mas o sistema de intercalação é bem diferente!
Definitivamente o calendário indiano não é para principiantes… ■